Thursday, March 02, 2006

Lágrima de preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.


António Gedeão

3 Comments:

Blogger Artemis * said...

Gosto deste poema, e simples, claro e nao da espaço para grandes divagações...
jocas

1:22 PM  
Blogger K®is†Ø ™ said...

n dá para grandes mas dá para pequenas:

"(...)São estes [amigos] que estão sempre a nosso lado(...)" levando isto, a modos que, à letra a resposta é: ty 4 making my point


Fica Bien, haZZZta, Krist0

3:30 PM  
Blogger Artemis * said...

por ti...tudo.....

12:27 PM  

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